
Sou portadora de paralisia cerebral, quando nasci meus pais não sabiam que eu viria ao mundo com essa deficiência, a qual foi detectada quando completei dois anos. No começo, meus pais ficaram desesperados, pois eles não sabiam os cuidados que teriam comigo, eles ficaram mais tristes ainda quando disseram a eles que, se aqui em Pará de Minas não tivesse uma escola especial para que eu fosse atendida , eu teria que ficar lá em BH para ser tratada. Até que meus pais tiveram contato com a APAE de Pará de Minas, uma escola maravilhosa que freqüentei até 20 anos. Comecei a freqüentar a APAE com dois anos de idade, minha mãe, a maior responsável pelo meu progresso, me levava todos os dias carregando-me em suas costas e quando nós perdíamos a lotação ela me levava a pé, isso tudo só para que eu não perdesse minha fisioterapia. Foi tudo muito sacrificante. Depois quando eu estava com cinco anos, os professores viram que eu poderia estudar em escola regular, então fui para a escola que se chama E. E prefeito José Porfírio de Oliveira, lá eu fiz do pré até a 4ª Série. Nessa escola meus amigos que estudavam na parte da manhã, ia a escola a tarde só para copiarem para mim, pois eu não consigo escrever. Meu amigo Dimas é uma dessas pessoas a quem me ajudou muito e a quem devo muito Depois. Passei a estudar na Escola Estadual Manoel Batista, lá tive amigos que me ajudaram muito. Uma vez que eu já estava com 11 anos e minha mãe já não estava conseguindo me carregar em suas costas, foi oferecido por um amigo do meu tio Marcelo à minha mãe, para me buscar na escola .Depois ela conversou com um grande amigo nosso, vereador e ele nos ajudou muito, pois ele me buscava na escola todos os dias. Então quando fui para o 1º ano médio , conseguimos uma vã da prefeitura para me levar para escola, e conversando com um moço de uma vã escolar ele me buscou da escola durante dois anos sem cobrar nada, ele é uma pessoa muito educada e legal.
Hoje minha mãe me conta que quando eu era pequena, ela me punha de pé e me falava assim:
_ Vem na mamãe... mas eu sempre caia, ela desistiu por uns tempos. Um belo dia ela voltou a me colocar em pé, e disse: vem na mamãe... e eu consegui a dar meus primeiros passos, foi quando eu tinha oito anos, aquele dia foi uma festa pois eu tinha conseguido dar uns passinhos, embora fosse tombos atrás de tombos, mas nunca desistia.
Em 2000, eu recebi uma alegria tão grande , foi quando a presidente da APAE me disse que eu iria ganhar um computador, fiquei muito feliz pois assim eu não iria depender mais de ninguém para fazer os deveres pra mim, pois eu conseguia escrever no computador. Depois de me formar, fui estudar no Colégio Técnico São Francisco de Assis, fazer o curso de Processamento de dados, e os meus dois queridos professores Glaydston e Tida que deram aula pra mim na Escola Manoel Batista, acreditavam e torciam muito por mim. Tenho muito a agradecer a eles por torcerem por mim. Serei eternamente grata em primeiro lugar a Deus, minha família que lutou comigo, e a todas as pessoas que encontrei em meu caminho que tiveram o maior carinho e prazer em me ajudar.
Esta é um pouco de minha história de vida. Adoro minha vida, minha família, pois tenho um pai maravilhoso, uma mãe que me ama e, além disso tenho uma coisa muito valiosa que vale mais do que tudo nessa vida, tenho o amor dos meus dois irmãos, os quais são tudo para mim Tenho muito a agradecer a Deus por ter me dado esta família tão bonita. Tenho um primo de 9 anos que mora conosco e que me ajuda muito e, além do mais tenho amigos muito importantes para mim, os quais nunca me excluíam por eu ser uma pessoa com Necessidade Especial.
NUNCA DESISTA DE SUA VIDA, POIS ELA É A PROVA DE QUE DEUS NUNCA NOS ABANDONA. CONFIE EM DEUS, POIS SOMENTE ELE SABE O QUE FAZ !!!
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